DE VENTO EM POPA
Pronto! É isso! Não há descrição mais cabível para o presente momento! Já enerva a pergunta: “COMO VOCÊ ESTÁ?”
E as voltas do meu intestino grosso gostariam imensamente de entender quando que ficou delimitada a obrigação dessa pergunta? Aos sociólogos, antropólogos, gurus, deixo a curiosa questão em aberto. Afinal, vamos combinar? Quando, por exemplo, eu realmente busco saber de alguém, eu jamais começarei por essa pergunta vazia e isso é o basic do basic, chuchu. Uma chamada minha para você indica que iremos elaborar um diálogo intenso com inúmeros altos e baixos e fofocas horripilantes que não interessarão a ninguém, mas onde essa pergunta horrorosa não encontrará espaço.
Perceberam, né? Sim. Virei do avesso. Não estou indignado, não estou nada. Estou cagando e andando. VAI SE FODER! A fala poderia ser minha, mas é da eterna Rita Lee no programa de outra divindade, Fernanda Young, para o GNT. Não venço a falta dessas duas.
UM VAI SE FODER PARA A MORTE TAMBÉM!
2006!!!!!!!!!: long long time ago, quando tudo parecia bem menos cafona. Sem tanta ladainha, sem tanta cópia da cópia da cópia da cópia. Quando algumas, bem poucas, ideias criativas ainda estouravam aqui ou ali. Olha! O cenário atual realmente é deprimente e eu defendo que o entretenimento decente começou a morrer com o investimento desenfreado nesse modelo de reality que nasce de um experimento social falido. E, aqui, faço questão de lembrar que por trás da Gracyanne comendo ovos tem uma legião de minions que arregaça as mangas e vira as madrugadas para receber um salário de merda no final do mês. Muitos carregando nos ombros crises de ansiedade e processos iniciados de burnout. Muitos com a carta ao compliance em mãos, sabendo que o relato não vai produzir cócegas. Muitos com denúncias de assédio de todos os tipos guardadas a sete chaves. Quem acredita que o mundo da televisão é bonitinho, colorido e sorridente, precisa passar um dia para ver o que acontece no backstage e isso vale para todas as áreas. Entretenimento, jornalismo, audiovisual…
Talvez seja um lance da câmera, de se tornar conhecido, seguido por milhares. Não sei, mas até os anônimos são exibidos, ególatras e se vendem nas risadas políticas e abraços forçados, como em qualquer outra grande empresa. Tem uns que passam o dia gritando e correndo de um lado para o outro, sem qualquer necessidade aparente. Terminam o dia afônicos, mas com a tarefa cumprida em deixar os coleguinhas pensando seriamente em suicídio ou mudanças radicais de vida.
Estou indigesto e não é só pelo trampo, mas com essa incumbência desgraçada em ter que ser sempre humano. Todos os dias. Juro que eu queria ter umas semanas apenas para pastar. Comer capim o dia inteiro ou hibernar, feito os ursos canadenses. Desistir de me comunicar. Desistir da palavra. Não ser obrigado a ouvir ladainha de boy que acha que está arrasando nas indiretas capciosas e que sabe lidar virtualmente com o meu zodíaco, mas esquece do detalhe de que nem sempre você quer tiradas maneiras ou cutucadas safadas. Tem dias que você quer cheiro, toque, abraço, um beijo que não seja por uma tela. Tem dias que você quer mentir uma realidade, entende? E nesse ano, já teve até bolo e não foi de aniversário. (Risos com lágrimas) Aí eu perco a paciência! E se eu cheguei a sair de casa? Não! Ainda bem. Mas o queridão desapareceu da face da Terra no dia do suposto date. Cheguei a pensar se não tinha morrido, mas não. Está bem vivo! Acho que eu não preciso dizer mais nada. Fora ter que encontrar o ex pelo bairro. O meu golpista favorito não apenas me usou como trampolim, como exibe desenvoltura e o novo namorado pelas ruas da Aclimação que eu apresentei, quando eu tive a grandiosa ideia de trazê-lo do interior de Goiás para morar comigo. Hoje, ele já tem “apezão” próprio e finge que não me conhece.
Bom, eu realmente não tenho nada de muito bom para falar. Estou indiferente, mas bem mais de saco cheio do que a Rita Lee. O caminho é realmente cagar e andar. Chegarei lá! Enquanto não consigo, meu travesseiro escuta os meus gritos e os meus choros. Mas se você achou que eu terminaria esse texto mandando você, leitor, tomar no rabo. Não, não. Conto que o meu segundo livro está a caminho e que estou muito feliz por isso. Feliz de como ele tem se desenhado e da evolução da minha poética. E se você não comprou o primeiro ainda, não custa nada. O link adormece sempre nas linhas abaixo. O que custa ajudar os escritores sôfregos e independentes?
Sem mais, andantes!
Lucas Galati
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A principal preocupação será sempre com uma construção textual criativa e inesperada. Costumo enviar uma nova edição da newsletter de 5 em 5 dias. Não deixe de arriscar os seus primeiros passos!
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Amei esse texto! Essa raiva foi tão bem elaborada. Parabéns!
que falta fazem rita lee e fernanda young!