E se lutei pelo grito escandaloso da minha verdade, ainda desnudo as mortes. Outras quantas já descascaram? E piso nas regenerações desmaiadas e me olho de frente apaixonado. As palavras venceram e obrigaram o sangue do rasgo e a minha boca amanheceu ferina e nunca mais cansei de repetir o meu nome. E se a solidão assusta, ela liberta e convida a sombra para a valsa e eu escrevo até amanhã, como nunca. Escrevo próximo e se os passos paragrafarem refúgios, azaleias de cores mentidas ou vitrais de catedrais seculares. E se eu optar por amassar escuros e chorar o centésimo desamor, eu escrevo aos companheiros — revolucionários ou assassinos? Aos meus amigos que esvaziaram a mesa e na dúvida, apostei nas algemas, defendi as anarquias, também não soube responder. Quando eu duvidar da distância da Lua, quase sempre o teu cheiro preenche a sala e uma dor confortável me amarra na escolha da mesma cadência. Nem pronto ainda, o único esboço caiu secreto na fogueira lancinante de um interior querido e uma moda de viola ou um livro de mil páginas venceram a queima. Um broto da linguagem se formou nos meios da terra. Acredita? A pisada dada, sagrada a repetição criativa. A mesmice que desenha os dias levados pela brisa inconstante e gotículas de enredo. Até a cátedra da melhor universidade, na composição do óleo que abastece o motor de última geração acelerado numa rodovia serpenteada, a via que abraça um costeado sentimental, nossa história de cetim e sem rédeas, reduções, redutos: toda aventura deve ser atemporal. E chove lá fora. E sempre chove lá fora.
😊Boas festas, andantes!
Lucas Galati
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Boas Festas, Lucas. Abraços!