reinventar destinos...
De volta e sob a mesma direção. Felizes? Ao menos por essas laudas virtuais. Prometo de dedo juntinho. Como já disse, o projeto dos Andantes se baseou exclusivamente na escrita. Tirar o pó da sala, encontrar uma cadeira estofada, apontar o lápis e deixar o texto se espreguiçar e a cada edição, aproveitar o gosto esquisito do desafio até que um equilíbrio frágil, mas fundamentado pudesse se formar protegido na região central que explica e nutre o diafragma e, logo, passos mais estáveis avançariam em parágrafos ou estrofes criativas.
Das várias outras direções, joguei as supostas coordenadas na maré gentil nos minutos após a virada para 2025. Pedi. Sei que pedi. É que pelo mar, eu cultivo absoluto respeito e a conexão se dá no desajuste das peças e me faz menino aventuroso. É só assim que ser humano aprende a soltar os pés do chão. E eu aceito o voo e me vejo tão livre e visceralmente parte. Explicações mudas que existem selvagens e ecoam na voz dos silêncios, para nunca serem repassadas. Então o meu corpo amolece e sem perceber sou espuma multiplicada e os sonhos escorregando por debaixo dos braços de sal. Relembro todos eles. Exibidos como as minhas nadadeiras, como os ossículos finalmente atentos e as articulações dançarinas.
Não deixo de revisitar. Afinal, os caminhos vencidos também se mostraram torpes e ineficientes. Foi pela dificuldade pronta e extrema que justifiquei alguma escolha. E já disse que não escuto os certos ou os errados. Porém, os medos…estes se apresentaram penetras e repetiam os mesmos mandos. Incansáveis vezes. Soube, portanto, secar os escuros em rezas inventadas e cantar as liberdades que também vieram. Gostei tanto de mim. Gostei da minha integridade. De como estive pronto para rupturas doídas e necessárias. De como não olhei para trás e me abracei até quando os horizontes se viam longe demais. Gostei de estar pronto. E de como batem as veias que desenham o meu coração ingênuo e ensopado. Gostei de sempre ter apostado no amor. E de não ter feito diferente no ano que acabei de me despedir. Gostei também de virar páginas que eu achei que seriam pesadas demais. Extensas demais. Sôfregas demais.
E se eu pudesse me sugerir qualquer mudança para o novo ano, uma afirmo logo de cara. Ainda menos segurança, contorcer as linhas retas e reinventar os destinos. Isso! Reinventar destinos…
Estou de volta, andantes!
Lucas Galati
Ilustração: Dedé Laurentino
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sempre tem um ano novo, uma página em branca… é preciso estar sempre com o lápis apontado!