Toda asa tem cor
Qual o nome do vento que a ave dourada obedeceu os mandos do homem preso pelos pés? A sinfonia silenciosa do medo ainda inverte ou corrompe as galerias geladas de um inverno contínuo? Corações bradicárdicos que batem às custas das fortes emoções. Os ventos que uivam pelas frestas agitam os brotos de samambaia. Eles crescem em círculos, eles se aumentam girando. Nos giros que abrem a noite, os ventos de fora, de dentro explodem valentes. Forças que afastam as inteirezas e despedaçam as pétalas que precisam cair e alimentar os desistidos. Morremos-nascemos. Continuares infindos: a eterna criação do vento que nos persegue e risca oxigênio numa linha que divide a caixa torácica e abastece inflados de tempo, as sementes que iluminarão beijos carnívoros e os corpos nus que serão girados unidos. Uma massa descontrolada no regime dos sorrisos, do gozo, das asas soltas de aves brilhantes. Aves que não mais pousarão. Aves libertinas. Aves que riscarão as cores.
Lucas Galati
ILUSTRAÇÃO: Chiara Ghigliazza
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