Poema para ninguém
Disse que poderia ser você e que todas as vezes que eu repeti talvez seria mais lógico um cheiro um método teu bom dia ainda rouco sufocado pelos melhores lençóis ensopados da noite anterior do prazer permitido ou descoberto múltiplo e inconsequente mas fincado na revolução particular e puramente óbvia reconhecida no apelido que eu inventei quando um vazio espaçoso escorria na água chorada pela pia E mais nenhum susto e a viagem que ficou para o ano que vem e o copo de cafeína frio e estranhamente sonolento É o agora não dissolvido no último gole em todas as justificativas falhas nas risadas escavadas ansiedades encapsuladas gotas grogues gomas hematomas as insônias que eu amassei e entreguei ao homem amedrontado que atravessa a rua sem jamais mostrar a face. E esse homem não é você.
Lucas Galati
Ilustração: Alejandro Magallanes
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e agora o homem vai carregar este fardo?
será????