PERMANÊNCIA PASSAGEIRA
AVISO IMPORTANTE:
Não tenho a pretensão de me responder nas próximas linhas. Ainda mais quando a pergunta se mantém tão efervescente e saborosa de sentido. Ao mesmo tempo, seria leviano da minha parte acreditar numa única resposta quando tratamos de literatura. De poesia.
Quando comecei a rascunhar o livro: VERDE, VERMELHO E CINZA o meu arsenal de dúvidas era altamente explosivo e perpassava todas as esferas do processo: criação, confecção, publicação, divulgação. Não conhecia ninguém que pudesse prestar uma consultoria e aqueles que eu tentei estabelecer algum contato foram de pouca ou nenhuma ajuda.
Como em qualquer outra área de atuação, quem já está dentro do universo e com a agenda cheia de bons contatos dificilmente vai ter tempo, vontade e/ou paciência para prestar socorro a um amador. Eu não esperava por uma mão amiga ou um grande conselho transformador. Ainda bem. Pude me poupar de possíveis decepções. Por outro lado, a tarefa se torna hercúlea e absolutamente solitária.
Escrever, por si só, é uma atividade voltada totalmente para os amantes da solidão. Eu ainda pude contar com a comunicação vital das pessoas que me seguiam na página virtual
e que se tornaram essenciais para eu arriscar esse primeiro passo. Nunca lidei bem com a segurança, sempre preferi as voltas e as esquinas do que avenidas retas e objetivos certeiros. Minha cabeceira está repleta de questões invencíveis e barbitúricos — em caso de insônia. De tal forma, a dedicatória que abre o livro não poderia ser mais verdadeira. Eu consegui estabelecer um ponto de apoio com os familiares, amigos e com a ajuda da Internet. Mesmo com as milhares de dificuldades que a plataforma te obriga a enfrentar, um grupo de pessoas decidiu realmente me dar alento e espalhar a minha poesia pelas veredas virtuais. E, de certa forma, me ajudou a começar a decifrar qual seria a minha poesia. De que maneira que ela poderia se desenhar num livro que evocasse o estilo literário.É um questionamento muito difícil de ser respondido. Afinal, a caminhada de 4 anos desde a construção dessa página não foi apenas estudar a plataforma, mas saltar de cabeça na literatura. Estudei como nunca. Li centenas de romances, poesia clássica, moderna, contemporânea, prosa poética…
Eu me impus a obrigação de conhecer, de uma vez por todas, o mundo que eu idealizava desde menino. Descobrir quem produziu e quem estava produzindo com voracidade. Nomes como Fabrício Corsaletti, Hilda Hilst, Matilde Campilho, Eucanaã Ferraz, Marília Garcia, Bruna Bebber, Aline Bei, Carla Madeira, Chacal, Annie Ernaux, Paul Celan, Ferreira Gullar, Adélia Prado, Pablo Neruda, Ana Cristina César dormiram por várias noites ao meu lado e são ainda as minhas bases. Meus guias.
Mesmo assim, a pergunta se alonga. Qual seria a minha poesia?
Eu sabia que nesse primeiro trabalho, eu queria ser compreendido. Poder me apresentar e me expressar com as ferramentas que eu tinha. Não queria soar elitista ou escrever para tão poucos. Não queria que me lessem com um dicionário para consultas ou desistissem do meu livro pela metade. Por outro lado, temia soar infantil, inexperiente, paspalho. Não queria ser comparado com os tantos exemplos dos tais “poetas virtuais” que não fazem poesia, mas auto-ajuda.
Aos poucos, um rascunho foi se formando. E apesar de soar como um balde de água fria, acho essencial reforçar as inúmeras barreiras que me deparei nessa estrada literária. Não é fácil publicar no Brasil, não é fácil tentar se inserir nesse mercado, não é fácil ver o seu original ser rejeitado sem ser lido ou ser aceito também sem ser lido. Não é fácil lidar com o desinteresse ou com o interesse puramente monetário. Eu, por exemplo, não dei sorte com a minha editora. Apesar de gostar do produto final feito por eles, o trabalho de divulgação e aposta na sua literatura inexiste. Infelizmente. Não há qualquer preocupação em colocar você dentro das livrarias, em eventos ou concursos. Absolutamente NADA. A divulgação que existiu foi feita por mim. Pelo meu esforço.
Como já tinha avisado, não chegaríamos a lugar algum. BEM-VINDO AO NÃO LUGAR. Mentira! Não quero essa newsletter como um espaço de passagem, quero permanências. Quero vocês aqui e também quero aprender a fincar a minha autoria. Em me dizer jornalista e também escritor. E eu sei que o tempo ainda enseja ao meu favor. Eu quero e vou melhorar a minha literatura, mas tendo a clareza de que VERDE, VERMELHO E CINZA foi uma conquista. Uma primeira vitória que devo celebrar. Ritualizar. E se eu ainda não sei responder sobre a minha poesia, ainda bem.
Nem sempre um final termina.
Lucas Galati
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escrever é um processo permanente e infindável. a nossa literatura muda porque também a gente muda: hoje pode ser uma coisa, amanhã outra. acho que o mais importante é curtir o percurso.