Mais um passo...
Alguns podem me conhecer por nome e sobrenome. Há quem consuma os devaneios e as peripécias da minha cabeça nas páginas virtuais que me arrisco há mais de dois anos. Não sou um internauta experiente, minha geração já é tida como ultrapassada. Por outro lado, tenho um certo orgulho da comunidade que construí e que me ajudou num processo paulatino de vencer a insegurança e de me apropriar do termo: escritor.
Meu nome é Lucas Galati. Sou de São Paulo, jornalista especializado em assuntos internacionais e cultura. Há 13 anos, trabalho com televisão, o que me rendeu altos níveis de ansiedade, problemas na cervical e a sorte de ter feito a cobertura dos mais diversos assuntos que explodem nos noticiários do mundo todo.
Tenho uma paixão pelo jornalismo na sua essência. Quanto ao mercado, um assunto para mais tarde. Mas antes de navegar pelos altos e baixos do mundo jornalístico, acho importante retomar o termo: escritor.
Escrever foi sempre uma necessidade. A forma que eu arranjei para vencer o leque de perguntas existenciais que eu não encontrava respostas. As voltas incessantes da cachola, as noites insones, quando achei que meu coração iria explodir ou uma doença fatal me mataria em menos de uma semana.
A escrita veio antes da literatura, que foi forçada por uma mãe imperativa. Deu resultado. Não há como escrever sem ler. Você só melhora com mais repertório, descobrir estilos, outras maneiras de montar um parágrafo, se expor ou se esconder nas entrelinhas, esbanjar ironia quando a sociedade se mostra cada vez mais rasa, torta e imbecilizada.
Dessa maneira, nasceu
. Depois de um pico de estresse e de meses de sessões de terapia, criei a coragem de me apresentar. Primeiro, com fotos sem a cabeça. Não estava preparado para mostrar a fuça, logo de cara. Rá! Fui caminhando com textos e poesias tímidas pelas avenidas virtuais e hashtags do momento. Um grupo bacana de pessoas decidiu compartilhar meus escritos: meu primeiro empurrão, a força necessária que permitiu ainda mais movimento. Nessas andanças, num dia de muito Sol e um clique finalmente bem tirado, me apresentei. Desde então, caminho mais contente e criativo.Esse percurso não foi fácil nem meteórico. Aos poucos, as conquistas vieram. Muitas, eu nem vi. Passaram despercebidas na ânsia de quem quer chegar a algum lugar. Não demorou até que uma comprovação com gosto inquestionável pousasse no ombro esquerdo, a indicação de que a trajetória valeu a pena. De um resultado com cheiro, forma e gosto. Uma explosão, um produto concreto de todas as minhas queda. Uma REconquista. Meu livro tinha sido concluído: VERDE, VERMELHO E CINZA estava pronto.
A construção foi feita como o esperado. Com a ajuda de maços de cigarro, cerveja, livros e isolamento num apartamento na praia do Tombo, no Guarujá. Muitos dos poemas do livro nasceram da página no Instagram. Outros foram criados neste processo amargo-delicioso.
O livro foi publicado num lançamento mágico e íntimo no Sebo Pura Poesia, no Ipiranga, em SP. Durmo, ao lado deles, desde então. Releio ainda três vezes por mês. Quase como se quisesse ainda acreditar. Como se eu pudesse responder, ENFIM, alguma pergunta que já me assombrou nos ecos dos divãs.
Sigo caminhando. Agora, também por aqui. Estava na hora de expandir, de me apropriar melhor de mim. De deixar o texto se espreguiçar, conquistar passos mais saborosos, menos velozes e mais profundos.
Conto com a ajuda de vocês, andantes!
Um beijo.