Lázaro II: a caçada inicial
Os dias de folia foram intensos. Fazia tempo que eu não via uma empolgação tão genuína em colocar o meu bloco na rua e com modelito fashion pensado e lápis no olho. Os poucos dias do ano em que o engravatado ainda pode se aventurar e vestir um tutu, sempre mantendo o sapatênis para que o desvio de conduta não seja tão evidente.
Eu não tenho televisão na minha casa e falo isso com certo arrependimento. A falta do aparelho nos obriga, inevitavelmente, a permanecer mais tempo no celular durante a semana. Também não tenho videogame — estou em busca de um Nintendo Switch, mas nunca é a prioridade. Apesar de ser um amante do universo Pokémon. O que vi de Carnaval em sambódromo se resume, basicamente, ao corpo monumental da atriz Paolla Oliveira com uma fantasia de onça que percorre todos os meus sonhos mais oníricos pelo corpo, pela fantasia, pela felicidade nos olhos dela. E, apesar de não ser nenhum amante da fofoca, um passarinho do avesso me disse que ela recebeu duras críticas antes da avenida. Isso confere? E justamente pelo seu corpo de heroína da Marvel? Há momentos em que gostaria de respeitar meus impulsos mais insanos e enviar prints de caixões para possíveis haters de plantão. Fofos, escolha o seu. É onde todo mundo vai acabar e o tempo não para só para te ouvir esbravejar absurdos na net. Beijos do fim.
De Carnaval, eu paro por aí com apenas mais uma pitada. As imagens de helicóptero do bloco abarrotado de Pabllo Vittar que impressionou até quem, estupidamente, não a conhecia. Eu ainda cultivo um lugar de admiração ao ver todas elas escalarem postos antes jamais imaginados ou totalmente proibidos. Na minha época, eu me deliciava com as aventuras de um sabonete na banheira do Gugu e as coberturas da Parada Gay, por exemplo, eram sempre ensopadas de escárnio e preconceito que meu saudoso papai sentava com um copo de whisky para rir em alto e bom som. Eu tinha vontade de correr até sumir.
E por falar em corridas desesperadas. A história de Lázaro ressuscitou. Se você não sabe do que estou hablando. AQUI VAI! Agora, temos dois fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró à solta. Noticiário paralisado para ouvir todos os detalhes dessa caçada cinematográfica e engatilhar de novo a lógica de que crime se combate com mais crime. É só esperar…No entanto, chegue mais perto, vou sussurrar: Agora, olha aqui, impressiona como esses dois conseguiram escapar em meio a tantos olhos e esquemas de monitoramento e imaginar como fica uma cabeça na metragem sufocante em que eles eram obrigados a existir. O Brasil segue ansioso com os próximos capítulos, reforçando as fechaduras de casa e desviando o famoso problema carcerário brasileiro para o presidente Lula que, durante viagem à Etiópia, decidiu comparar um genocídio com outro. O erro se esconde por trás do homem vestido de bandeira americana. Não esse. O de cornos na cabeça. Um pouco mais para trás, atrás do fuzil e do barril de petróleo. Isso. Mais perto da criança em chamas e do sabiá-laranjeira. Achou?
Enquanto isso, a obra do prédio de 22 andares que está sendo erguido bem em frente à minha casa continua com força total. O maquinário já cortou ao meio todas as casas, casinhas e casebres que faziam parte da construção do bairro da Aclimação, em éssepê e agora teremos um modelo high tech com apartamentos de 20 metros quadrados suficientes para você lembrar do túmulo lá do começo ou de onde os fugitivos escaparam. Você que tem escolha, escolhe!
Lucas Galati
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Texto maravilhoso!
Desculpa aí, mas.... caralho, que texto!