Escrevendo...

Quem chegou até essa newsletter sabe que priorizar a escrita não foi uma decisão tirada da cartola. Não acordei um dia e encontrei a resposta debaixo da cama ou ouvi o conselho encorajador de um amigo que soubesse me ler por dentro. Uma decisão de se assumir escritor ou, pelo menos, de priorizar o exercício da escrita é tomada aos poucos. Ela começa envergonhada e se justifica facilmente como um passatempo oportuno. Até que te toma por inteiro, mas.. leva t e m p o.

Com a escrita, esse pobre coração ansioso aprendeu a esperar.

Escrever é um exercício diário, paulatino, que te obriga a aceitar os erros e os tombos que virão. Hastear para os familiares, com orgulho, uma coleção grande de frustrações douradas. Todas guardadas com apreço. Afinal, não podemos deixar de lado que um bom texto bebe também dos ralados, dos desamores e das angústias. No meu caso, escrever foi quase sempre sugar os verbos dos momentos mais doídos. Até poder entender que a poesia também surge das cores quentes, do peito em chamas e que felicidade não é descuido ou falta de rigor.

Aos poucos, ganhei a confiança necessária para me apropriar deste título que honro desde menino. ESCRITOR!

(Ainda acho grande demais para caber nos meus 1,86. Prefiro adotar o gerúndio capenga, mas funcional: e s c r e v e n d o. Estou ainda em processo e estarei até que o meu corpo queira o meu ponto final. Esta é justamente a beleza da escrita. O tempo só melhora.

Nos parágrafos, ninguém envelhece).

Mais uma vez, se você chegou até aqui, OBRIGADO. Certamente, você conhece o começo dos ANDANTES no Instagram. Quem sabe ainda, tenha tido acesso aos tantos blogs criados com pseudônimos. E espero que permaneça construindo essa caminhada ao meu lado, nos gerúndios da vida.

Afinal, as quedas virão. Afinal, o tempo passa. Afinal, no meio da travessia, sopros tímidos podem arrastar você para a frente. Aconteceu ontem comigo. O meu livro VERDE, VERMELHO E CINZA foi sugerido na televisão de Portugal. O jornalista José Gomes Ferreira fez a sugestão de leitura ao fim do programa Negócios da Semana do canal SIC NOTÍCIAS. Termino esse texto com mais um começo dessa travessia, um riacho que decidiu se abrir, um broto, a flor que sempre vence o agreste e borra cor num enredo indeciso-decidido. Um beijo, andantes: