Era uma sala apertada, mas não arriscaria uma metragem. Não hoje. Não agora. Os detalhes foram abafados pelo estado de medo constante e todos os mecanismos ensaiados de crueldade ou alimentaram uma dor ardida na cervical. Já tinha tentado se equilibrar nas linhas supostamente horizontais que a sua visão perseguiu tantas vezes e que os livros acessíveis, quase todos de moral religiosa, insistiam como um sinal de bom presságio ou um sinônimo para liberdade. Mas, nos últimos meses, as linhas se levantaram em riscos verticais, preservados de maneira grosseira, unidos até se fazerem intransponíveis.
Ele tinha comprovado e anotado no canto de uma parede que qualquer sonho demandava espaço. E se, algum dia, quis conhecer o outro lado, os motivos da iniciativa sem volta se faziam constantemente presentes e justificados entre os caminhos percorridos por poças de sangue, os corpos desmembrados pelas esquinas e o choro que como um rio, abria, com o tempo, um espaço fundo na pele. Uma fenda sem remendo. Com todas e nenhuma explicação.
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